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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Fred Astaire 10/05/1899


Fred Astaire, nome artístico de Frederick Austerlitz
(Omaha, 10 de Maio de 1899 — Los Angeles, 22 de Junho de 1987) foi um ator e dançarino estado-unidense.
Estaria comemorando hoje 111 anos de idade.

Antes de Fred Astaire estrear no cinema, os dançarinos apareciam nos filmes apenas "em partes": os pés, as cabeças e os torsos eram compostos na sala de edição. Astaire, por sua vez, exigia ser filmado de corpo inteiro. Para isso eram necessários longos ensaios - certa vez chegou a três meses com dez horas diárias de trabalho, com repetições feitas passo a passo e movimentos de câmara acompanhando a coreografia. Em seus filmes, Astaire conseguiu dar nova emoção a dança, fosse ela banal ou repleta de tragicidade.Sua interpretação enriquecia-se pelo que James Cagney chamava de "o toque do vagabundo". Sempre trajado a rigor, seu charme tornou-se lendário.



Fez sua primeira apresentação no palco aos cinco anos com a irmã Adele, que o acompanhava em revistas musicais nos anos 1920, em Londres. Estreou no cinema em 1915, fazendo uma pequena ponta e em 1933 apareceu ao lado de Joan Crawford em Dancing lady. Nesse mesmo ano atuou no primeiro de uma série de dez filmes ao lado de Ginger Rogers. Os dois formavam uma parceria impecável (Ele dava classe a ela, ela dava sex-appeal a ele, explicou certa vez um diretor de estúdio). Hollywood tinha razão ao lhe conferir um Oscar especial em 1949, por sua contribuição à técnica dos musicais no cinema. Ginger Rogers, claro, foi quem lhe entregou o prêmio.

Estudioso de dança e sempre buscando novos passos e ritmos, aos 17 anos conheceu o compositor George Gershwin e a amizade dos dois teria um impacto profundo na carreira de ambos. Durante os anos 1920 e começo dos anos 1930, Astaire e Adele se apresentaram na Broadway e em palcos londrinos justamente em musicais compostos por Gershwin, entre eles Lady Be Good (1924), Funny Face (1927), e A Roda da Fortuna (1931). Quando Aldele se casou em 1932, a dupla se separou de vez.


Em 1933 casou-se com Phyllis Potter, que morreu em 1954 com quem teve dois filhos, Fred e Ava. Ele deixou de ser dançarino em 1968 para passar a interpretar papéis dramáticos. Fora dos estúdios não gostava de dançar e dizia que as danças de salão o entediavam. Grande fã de corrida de cavalos, voltou a se casar em 1980 com a jóquei Robbin Smith, 35 anos mais nova que ele.

O arquiteto americano Frank O. Gehry projetou um edifício em Praga, República Tcheca, em homenagem ao casal Fred & Ginger. O edifício toma a forma do casal e parece mostrá-los em plena dança.



Reza a lenda que no seu primeiro teste para o cinema ele foi avaliado da seguinte maneira: Não sabe interpretar, é ligeiramente calvo e sabe dançar. Muitos anos mais tarde, a única pessoa que podia rivalizar com seu talento, Gene Kelly, declarou: "A dança em filmes começou com Fred Astaire".

Mesmo no começo de carreira, Astaire tinha liberdade total para desenvolver suas coreografias e, num feito quase inédito na época, recebia uma porcentagem da bilheteria. Inovou a maneira de se filmar cenas musicais exigindo que a câmera ficasse parada ("ou os dançarinos giram ou a câmera", dizia ele) e também fazendo a música e a dança casar com o enredo do filme.

Em 1939, Astaire deixou a RKO e passou a agir como freelancer dançando com Eleanor Powell em Broadway Melody, de 1940, com Bing Crosby em Holiday Inn, de 1942 e Romance Inacabado, de 1946, onde cantou a música que mais ficaria atrelada à sua figura, Puttin' on the Ritz. Nessa fase, apareceu também ao lado de Rita Hayworth, Lucille Ball e na única parceira com Gene Kelly no filme Ziegfeld Follies, em 1946. Neste mesmo ano, anunciou sua aposentadoria e foi cuidar de suas duas grandes paixões: fundou o Fred Astaire Dance Studio (que vendeu em 1966) e passava o tempo em corrida de cavalos.



Entretanto em 1948, foi chamado para substituir Gene Kelly, que estava machucado, em Desfile de Páscoa, contracenando com Judy Garland e Ann Miller. Nos anos 50, apareceu em inúmeros filmes musicais, com destaque para Núpcias Reais, de 1951 (onde literalmente sobe as paredes em uma cena), A Roda da Fortuna, de 1953, e Meias de Seda, 1957, ambos com Cyd Charisse, e ainda Cinderela em Paris, com Audrey Hepburn.


Finalmente, em 1959, Astaire se aposentou dos filmes musicais e fez sua primeira aparição em uma atuação dramática no filme A Hora Final, sobre os efeitos de uma hecatombe nuclear. Acabou indo dançar na televisão e seu programa An Evening with Fred Astaire, que ganhou nove prêmios Emmy somente na temporada de estréia. Continuou a atuar mesmo na terceira idade e fez pontas em Inferno na Torre, de 1974 (recebendo uma indicação ao Oscar por seu papel), Era uma vez em Hollywood, um documentário sobre os anos clássicos da dança no cinema, e no cult trash Os Incríveis Dobbermans, de 1976. Sua última aparição foi em Histórias de Fantasmas ao lado de dois outros grandes monstros do cinema antigo, Melvyn Douglas e Douglas
Fairbanks Jr.



Fred Astaire morreu de pneumonia em junho de 1987. Pontuou suas rotinas de dança com graça, elegância, leveza e originalidade. Perfeccionista ao extremo, exigia muitos ensaios e inúmeras refilmagens de cena, tanto que no filme Imagine, de John Lennon, fez uma aparição-surpresa que consistia simplesmente em conduzir Yoko Ono para dentro de um prédio, mas Astaire quis fazê-la duas vezes para ficar bom. Deixou como legado sua dança e o indefectível fraque, sempre acompanhado de uma cartola. Um estilo que dificilmente aparecerá de novo.




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